Por: Jan Santos/IDN
Um ataque de pit bull a outro cão da mesma raça foi registrado em vídeo, e está gerando polêmica em Itanhém. O fato ocorreu no último domingo (16) na Praça da Igreja Católica Matriz, por volta das 17h, enquanto adolescentes brincavam de futebol no local.
Segundo informações, o animal, denominado “Arron”, estava solto na praça, sob a tutela de um idoso, quando avistou o outro pit bull, que estava na coleira, passeando com seu dono, como de costume. Arron, então, partiu para cima do outro cachorro, abocanhando seu pescoço.
O dono do animal atacado e outro rapaz tentaram separá-los, mas não conseguiram. Vários jovens ainda se arriscaram dando socos e boladas no bicho, na tentativa de ele soltar a vítima, mas, sem sucesso.
O animal agressor só soltou o outro quando usaram sua coleira para “enforca-lo”, o deixando sem ar. Machucado e cansado, o pit bull agredido ficou caído no chão por uns instantes. O ataque demorou cerca de um minuto e meio.
Após o ocorrido, a Polícia Militar foi acionada, mas, quando a guarnição chegou ao local, o proprietário do cachorro não estava mais lá. A ocorrência foi registrada no sistema da PM mesmo assim.
Nesta segunda-feira (17) o proprietário do cachorro agredido procurou a Delegacia de Polícia Civil de Itanhém, para registrar um B.O. e, segundo o delegado titular de Itanhém, Dr. Bruno Ferrari, foram ouvidos as testemunhas e o dono do cachorro atacado, e foram intimados o proprietário e a pessoa que estava com a guarda do animal agressor no momento do ataque.
O delegado disse que esta não é a primeira vez que o proprietário deste cachorro é advertido pela Delegacia de Itanhém, sobre a necessidade de manter o animal na guia. Há registros de reclamações de cidadãos que, inclusive, já o viram andando solto em via pública.
Como criador de pit bull, Dr. Bruno emitiu sua opinião sobre a situação. “Na minha percepção, enquanto tutor de pit bull, com bastante tempo de experiência, Arron é um animal de temperamento dócil com humanos, mas que, instintivamente, com relação a outros animais, pode gerar ataques, de maneira que é extremamente perigoso que um animal desse porte e com essas características permaneça em via pública, sem os equipamentos necessários, como focinheira, coleira e até enforcador”, disse.
Ainda de acordo com o delegado, a pedido de diversas vítimas e do promotor de Justiça, o caso foi denunciado no Ministério Público e agora está na delegacia de Itanhém, onde o proprietário vai responder a um T.C.O (Termo Circunstanciado de Ocorrência) por infringir o artigo 31 da Lei de Contravenções Penais (Decreto-Lei nº 3.688/41), que prevê a punição para quem deixa em liberdade ou confia a guarda de animal perigoso a pessoa inexperiente, e será submetido ao juizado especial criminal, para análise e deliberação do juiz.
Ainda segundo o delegado, sempre que houver fatos relevantes em relação a animais, o cidadão deve tratar com a Polícia Civil, para que medidas preventivas possam ser adotadas.